Foto: Google Imagens
As Ruínas de São Miguel Arcanjo, ou Ruínas de São Miguel das Missões, são o que sobraram da maior redução jesuítica no território à época disputado por espanhóis e portugueses que mais tarde passou a ser o Rio Grande do Sul. Ficam a cerca de 485 km de Porto Alegre, no oeste do estado, próximas da fronteira com a Argentina. São atualmente um dos ícones do Rio Grande do Sul e um dos lugares mais visitados no estado.
A Redução de São Miguel Arcanjo foi fundada em 1687 pelos padres jesuítas espanhóis da Companhia de Jesus numa época em que as terras onde hoje está o Rio Grande do Sul pertenciam à Espanha por força do Tratado das Tordesilhas (1494). Foi a maior das sete reduções jesuíticas que juntas compunham os Sete Povos das Missões no solo que mais tarde passou a ser o Rio Grande do Sul. De todas as reduções jesuíticas no cone sul, foi considerada a mais próspera.
O templo, hoje em ruínas, foi erguido em 1745. No seu auge, a redução de São Miguel Arcanjo chegou a abrigar 6.000 índios guaranis que, além de aceitar a fé cristã, aprendiam o espanhol e ensinamentos de economia, arte e ciências. Também aprendiam música e a confeccionar instrumentos musicais.
A intenção de portugueses e bandeirantes nas suas incursões pela região era capturar os índios guaranis e transformá-los em escravos.
Foto: Silnei Laise/Mochila Brasil
- A destruição da Redução de São Miguel Arcanjo e “Co Yvy Oguereco Yara”
Com a assinatura do Tratado de Madri em 1750, cinco anos após a construção do templo, a região dos Sete Povos das Missões foi entregue pelos espanhóis a Portugal em troca da Colônia do Sacramento, que passou ao controle da Espanha. Contudo, o Tratado de Madri não conseguiu ser cumprido de imediato, pois essa troca motivou a resistência dos índios guaranis, que se recusavam a entregar as reduções aos portugueses, gerando um conflito que entrou para a história como Guerras Guaraníticas (1754 a 1756). Os índios guaranis, liderados pelo índio guerreiro Sepé Tiarajú, morto em 1756, se recusaram a entregar suas terras aos portugueses, descumprindo o que rezava o tratado. Para forçar o cumprimento do tratado, portugueses e espanhóis se uniram para lutar contra os índios guaranis e assim promoveram a matança dos índios e a destruição das reduções jesuíticas. Foi quando Sepé Tiarajú proferiu sua famosa frase “Essa terra tem dono!” (Co Yvy Oguereco Yara!, em guarani). De nada adiantou. Todas as reduções foram destruídas pelos portugueses e espanhóis, sendo que São Miguel foi a que mais conseguiu resistir à destruição.
Foto: Celsomandrade
- Catedral Angelopolitana, em Santo Ângelo, RS
Construída na cidade de Santo Ângelo, a cerca de 50 km de São Miguel das Missões, em 1929, ela é uma réplica do templo da Redução de São Miguel Arcanjo. Assim, se o templo em São Miguel das Missões não tivesse sido destruído e virado ruínas, ele seria como a igreja abaixo:
Foto: Dior Zunin
Foto: Dior Zunin
- Caminho das Missões
Para quem tiver interesse, foi criado na região um caminho místico, a exemplo do Caminho de Santiago de Compostela, chamado de Caminho das Missões. Há três possibilidades de percorrer o caminho a pé e duas de bicicleta. Todas as caminhadas terminam na Catedral Angelopolitana de Santo Ângelo.
As três possibilidades a pé são:
As três possibilidades a pé são:
- 13 dias, num percurso total de 325 km, de São Borja a Santo Ângelo;
- 07 dias, num percurso total de 170 km, de São Nicolau a Santo Ângelo;
- 03 dias, num percurso total de 72 km, de São Miguel a Santo Ângelo.
O site oficial do Caminho das Missões é:
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