domingo, 27 de novembro de 2011

Embu das Artes / SP

Localizada a 30 quilômetros do centro de São Paulo, a cidade de Embu das Artes faz jus ao nome: o lugar é um celeiro de pintores, escultores, músicos e poetas. E uma vitrine para seus quadros, estátuas, canções e versos. A vasta produção artística da comunidade atrai mais de 20 mil turistas por fim semana. Expostas em ateliês, galerias e humildes barraquinhas, as obras atendem a todos os gostos: há desde artesanato indígena até peças de arte contemporânea.
Foto: viagem.uol.com.br
Embu tem 260 mil habitantes e grande extensão urbana. A maioria dos seus atrativos, porém, concentra-se no compacto centro histórico da cidade. Foi com os jesuítas, presentes na região desde o século 16, que surgiu a tradição artística local. Além de catequizar os índios, eles esculpiam imagens sagradas para o acervo de sua sacristia. 

História -
A vocação das artes na cidade teve início por volta dos anos 30 quando Cássio M’ Boy de Embu ganhou o Primeiro Grande Prêmio na Exposição Internacional de Artes Técnicas, em Paris. Cássio foi professor de artistas de renome como Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Alfredo Volpi, entre outros.
Outro artista que contribuiu com a vocação das artes na cidade foi o ceramista Sakai de Embu, que ficou conhecido internacionalmente. Em 1964, aconteceu o 1º Salão das Artes, dando projeção internacional à Embu.
Foi no final dos anos 60 que a cidade passou a ser pólo de atração para hippies que expõem os seus trabalhos de artesanato nos finais de semana, dando origem à Feira de Artes e Artesanato. Desde 1969, ela é realizada todos os finais de semana e é a principal atração turística. Sendo assim, em 2010, a feira completou 41 anos de existência.

Nomenclatura - 

Em 23 de Outubro de 2009, o prefeito de Embu, Chico Brito, deu inicio ao processo para que Embu fosse, oficialmente, chamada de Embu das Artes. Em 25 de Novembro, o prefeito e o vice, deram início ao Ato Pró-Plebiscito para coleta de assinaturas.
Para que o município recebesse o sobrenome de das Artes, foi necessário a realização de um plebiscito, em que ao menos 1% dos eleitores deveriam participar. Essa, foi anexada a um projeto lei que foi enviada pelo poder Executivo e Legislativo embuense, para sanção do prefeito. Em seguida, o documento foi protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que convocou uma eleição para mudança do nome.
Segundo o prefeito, a oficialização do município para Estância Turística de Embu das Artes, foi para que a cidade tivesse sua identidade, e que não fosse mais confundida com Embu-Guaçu.
As três primeiras assinaturas do abaixo-assinado foram de Chico Brito (prefeito de Embu), Annis Neme Bassith (um dos articuladores da emancipação do município) e Silvino Bornfim (presidente da câmara municipal), que declarou:

"Isso é um desejo da população e dos vereadores. Dificilmente você vai encontrar alguém contra" - Chico Brito

O abaixo-assinado passou por toda a cidade, sobre a campanha "Embu das Artes - Todo Mundo Quer", lançada pela prefeitura.
O plebiscito ocorreu em 1 de maio de 2011 e 66,48% da população optou por Embu das Artes.
Em 6 de setembro de 2011 o governador Geraldo Alckmin sancionou a Lei Estadual nº 14.537/11 que oficialmente passou a denominar o município como Embu das Artes.

Patrimônio histórico-cultural -

Parque do Lago Francisco Rizzo - Foto: flickr.com
Embu das Artes foi elevada, em 1979, à categoria de estância turística do Estado de São Paulo. Seu colorido cenário artístico, e a história que lhe serve de base, são os principais atrativos locais. Mas a cidade tem outras virtudes: o Parque do Lago Francisco Rizzo, a cinco minutos de carro do centro histórico, oferece, em seus 217 mil m² de área, belas paisagens naturais e frequentemente hospeda eventos culturais. Já o parque ecológico "Cidade das Abelhas", situado a sete quilômetros de Embu, é uma das atrações mais originais do Estado, onde se pode observar outro tipo de arte: a apicultura. 

* Capela de São Lázaro

 Foto: Eduardo Toledo

Sua origem está ligada a uma imagem do santo São Lázaro esculpida em madeira pelo artista Cássio M'Boy nos anos 1920. A imagem atraiu grande número de devotos e, em 1934, foi construída uma capela para abrigá-la. Em 1969, a capela foi restaurada, aproximando-se das linhas da arquitetura jesuítica da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

* Museu de Arte Sacra
Foto: Google Imagens
Sua arquitetura apresenta características do estilo barroco paulista e um acervo rico em imagens de anjos, santos e personagens bíblicos, quase todos entalhados em madeira, modelados em terracota ou em armações em roca, produzidas entre os séculos XVII e XIX.
A principal obra do museu é o "Senhor Morto", esculpido em uma tora de madeira, bem como as imagens de Nossa Senhora das Dores e da Santa Ceia, em roca, de autoria do Padre Macaré. As demais obras foram esculpidas pelos jesuítas e índios.

* Conjunto Nossa Senhora do Rosário

Igreja Nossa Senhora do Rosário - Foto: Google Imagens
É formado pela igreja e pela antiga residência dos padres, conjugadas numa mesma edificação. Trata-se de uma das mais importantes construções jesuítas em São Paulo, caracterizadas pela simplicidade das linhas retas.
A igreja começou a ser construída por volta de 1700 pelo Padre Belchior de Pontes. A intenção era a de que ela tivesse capacidade para que os índios e vizinhos pudessem comodamente observar os preceitos a que estavam obrigados, como registrou o Padre Manuel da Fonseca no livro "A Vida do Venerável Padre Belchior de Pontes", diferentemente da antiga capela da fazenda de Catarina Camacho situada não muito longe dali.

* Centro Histórico
Foto: Odete Souza
Foto: Google Imagens
No Centro Histórico, encontra-se grande quantidade de galerias de arte, móveis rústicos e lojas de artesanato. Uma grande variedade gastronômica de comida típica brasileira e culinária internacional.

* Centro Cultural Mestre Assis do Embu
Foto: panoramio.com
O Centro Cultural Mestre Assis do Embu oferece ao público, gratuitamente, acesso à arte, cultura e ao conhecimento. Ocupa, hoje, o histórico prédio da prefeitura. Nele, o público tem à disposição três salas para exposições e o auditório Cássio M’Boy, com capacidade para 150 pessoas destinado a palestras, recitais, espetáculos musicais e teatrais.
Instalada em frente ao Centro, fica a tenda “Embu das Artes ao Vivo”, onde artistas do município montaram uma extensão de seus ateliês, possibilitando ao público acompanhar em tempo real todo o processo criativo de pintores, escultores, ceramistas e forjadores da cidade.

Como chegar -

De carro - Embu das Artes fica às margens da rodovia Regis Bittencourt (BR-116), sentido Curitiba. A entrada da cidade está na altura do km 279 da estrada, que pode ser acessada via Rodoanel ou Marginal Pinheiros.
De ônibus - Da frente da estação de metrô Campo Limpo (linha 5) sai o ônibus "Embu Centro", que passa ao lado do centro histórico da cidade. Também é possível pegar o ônibus "Embu Engenho Velho" no Largo da Batata, em Pinheiros.

Para saber mais:

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